Onde limite é a virgula e não o ponto.


Um sonho com água

26/04/2013 20:14

 

Assim como água, desejo estar em todas as coisas

Estar em todo canto do mundo quero

 

Ir só... 

Onde só pode o pensamento

Fluir...

 

Como seria evaporar névoa e subir aos céus carregado pelo vento?

Formar figuras mágicas, imaginadas em nuvens carregadas

Chorar e lavar a alma da terra

Orvalhar a relva e molhar o deserto

Ser doce no rio e salgado no oceano

Descansar no inverno, derramar no outono e jorrar no verão

E quando a primavera chegar, umedecer flores em cores

Na cachoeira dos sonhos, elucidar os mistérios do mundo

Seguir por montanhas e vales

Recortar a terra e tricotar a vida 

 

Ir só...

Onde só pode o pensamento

Fluir...

 

Até chegar ao mar, ao encontro de mim mesmo

Meu doce e meu sal

Então, mergulhar-me na escuridão do mais profundo oceano 

Contemplar o silêncio e a escuridão do fundo do mar

Onisciente na escuridão gelada

Que lá, no inconsciente,

Não existe nada que possa compreender...

Somente água neste meu encontro...

Ah! Que percebo pertencer a tudo, sem ter nada

Morro afogado e desperto

Como a pequena gota que sou

 

Será que estou em todas as coisas?

Ou elas que estão em mim?

 

Texto: Maurício de Carvalho 

Imagem: Google Images

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