Onde limite é a virgula e não o ponto.


Tempos modernos

24/05/2013 07:04

O homem plástico em um mundo artificial

Iludido, a circular no shopping

Ciclos de ausência aos finais de semana

O ouro dos tolos espreita nas vitrines

Em anúncios, dentes alvos em sorrisos falsos de porcelana

Cativam o sonho de plástico, tecido e metal

Presságio de uma nova ordem

Sem sumo

O suco, mais doce

Sem gosto

O homem plástico se embriaga pelo açúcar do neon

Tem sede

Sedução em toda parte, todo globo digital

Sereias transeuntes anunciam os tempos modernos

Ganância de máquinas

Instalando correntes invisíveis nos escravos do consumo

Sistema operacional na frágil inconsciência humana

Controlando desejos

Desvirtuando vontades

Impulsionando a cobiça

Adestrando o comportamento

A Terra, amputada pelo ímpeto da máquina

Há vírus invadindo almas 

Deletando emoções em favor da máquina

Perpetuando em genes a cultura da máquina

O homem plástico e seu sonho de consumo

O sonho de consumo, consumir

Até quando? 

 

Texto: Maurício Gervazoni

Imagem: Google Images

 

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