Onde limite é a virgula e não o ponto.
O Monstro do Armário
24/06/2013 13:44
Na madrugada enquanto todos jazem,
Na gélida noite de inverno,
Cásulo eu em cobertor
Tenho medo, terror
Sinto uma presença...
Tem um monstro em meu armário
Há vento lá fora, assoviando o quarto
A fresta na janela grita
O pulso palpita...
Impossível dormir
Minha posição é fetal
Apavorado, encaro a porta
Pupilas que dilatam minha visão
Inspiro vontade...
Reticente, coloco-me em pé
Expiro coragem...
Pé descalço no chão glacial
Soa o vento
Suo eu
O coração galopa o pavor
Os pés, passos sem compasso
Cadência que aproxima o temerário
Fé de frente ao fato
Soa o vento
Suo eu
Tem um monstro em meu armário
Giro a chave, embrulho o estômago
Não tem mais volta, nem revolta...
Inspiro confiança...
Fecho os olhos.
Expiro suspeito...
Abro a porta, os olhos
Perplexo encontro,
Paraliso
Examino estantes em instantes
Não há nada a notar
Exceto o espelho na porta à encarar
E o pânico!
Texto: Maurício Gervazoni
Imagem: Google Images
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