Onde limite é a virgula e não o ponto.
Movimento
19/05/2013 09:11Carros empilhados em sequencia insólita
Caixas que aprisionam o espírito
Continuidade sem fim de esquífes d´alma
A máquina no homem em busca do tempo
O homem em trânsito, segue imóvel
Um marginal na vida
Atrasado para o compromisso
Sem compromisso algum, atroz com a própria vida
Extensão do carro, máquina lépida
Leva as mãos a cabeça, fumaça engasgada
Liga o som, liga o ar, fecha os vidros
Entorpece, esconde, abafa, o barulho insuportável
Não!
Não são as buzinas, os motores, ou os gritos da cidade
O grito ensurdecedor que empalidece é outro
É o sussurro do silêncio quando fecha os olhos
Onde o que esta dentro chora a vida...
O homem sem tempo
Em trânsito de funerais
Texto: Maurício Gervazoni
Imagem: Google Images
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