Onde limite é a virgula e não o ponto.
H0,2O
15/06/2013 07:32
Manhã que acordo dolorido, dor de aflição
O corpo marcado pela borracha
O gosto do azedo balsâmico na boca
O espírito dilacerado pela ilusão
Marcas de violação
No espelho o rosto é balão inchando
Não sei se pelas lágrimas ou pelo abuso
Apanhei!
Apanhei do chão, virtuais amigos em meio à multidão
Todos liderando a todos na mesma insatisfação
A demanda única, a da existência digna
Todo dia,
Sonâmbulo a ser empurrado para o vagão
Obrigado a ficar em pé quando o desejo é sentar-se
Obrigado a ser coletivo quando o desejo é ser único
E agora que insurjo e levanto,
Obrigam-me a sentar
Não mais!
O protesto é pretexto
O texto ainda está por vir
A ferida é verdadeira, é social, é em rede e úlcera
O virtual finalmente transborda ao real
Não se engane
Não é valor monetário
É a falta de valor
É amor reverso
A violência imperará
E a derrota será de todos
Quanto a mim...
no momento...
cuido do sangramento...
só quero um copo de água e um pouco de paz
Texto: Maurício Gervazoni
Imagem: Google Images
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