Onde limite é a virgula e não o ponto.


Há Via

22/08/2013 08:38

 

Floresta esta de galhos retorcidos,

Ecoando... Ando... Procurando...

Raízes aéreas e folhas vermelhas

Obstruindo todas as passagens

Nesta pantanosa viagem

 

Pegajosas teias passadas

Emaranhando em mim

Descalço em pedras, que me habituei

Percalços em charcos, antigo habitat

Estou exausto... Exijo encontrar-me

 

Afasto pálida névoa

O sorriso da Lua que mingua debocha do velho

Das irrelevantes pegadas, das impressões digitais

 

Avanço escorregadio, mal iluminado

Sigo como posso...

Sem vaga lumes, Só vagas lembranças...

 

Repentina,

É tua, a lanterna que esclarece,

Indicando um caminho

Contigo, consigo tatear meu carinho

E das teias teço pele,

E das pedras, narro preciosos tijolos

Rubi, Quartzo, Coral, Esmeralda, Jade... 

      

 

Sinto que estás aqui, mas não te vejo

Vejo queda d´água,

Apontando-me a direção em espelho

Refletindo uma estrada

 

Não hesito...

E o Êxodo em mim tem êxito

 

Trabalho a dor no caminho,

Pavimentando a via em tijolos coloridos

Preciosos que refletem a luz cinérea

Sol na Lua na pedra

Meu Norte, na noite

 

Uma presença murmura, mas não te ouço

Ouço chamado distante...

Equidistante sabor da minha boca

Uma casa à vista,

De tijolos aparentes,

Transparentes diamantes,

Plurifacetados

 

Visitei...

Ficou claro,

Estrondosa claridade me deixou surdo

Experimentei frio cortante, mas o vento não me tocava...

Toquei-me... Tu me tocas-te... Estava nu na casa

Haviam mãos, ouvidos e olhos em mim

Embora não conseguisse te ver nem ouvir

Senti teu hálito em sopro

Agasalhando-me com a vestimenta da pele

 

Perguntei:

Onde me levará esta estrada?

 

Olhei para trás,

Com olhos de diamante

Mil estradas e mil florestas reluziam

 

Nas florestas,

Mil galhos, Mil teias,

Mil Luas em escárnio...

 

Nas estradas,

Mil arco-íris cintilantes brilhavam o luar

e infinitos Satélites sorriam feliz pelo feito

 

Investido em cristal respondi:

Tenho mil vias para escolher,

Mas uma só... É a direção,

Escrita em preciosas pedras

Vou lá, assentar tijolos coloridos em meu destino

De vez em quando olhar para trás

E pensar...

Ainda bem que tenho-te em mim,

Guiei-me até minha casa através de ti

 

E coloquei-me eu em desatino...

 

 

 

Texto: Maurício Gervazoni

Imagem: Google Images

 

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