Onde limite é a virgula e não o ponto.
Carbono
19/04/2013 21:15Ermo o ponto cinza de grafite no círculo
Curvas sem fim, nem começo, nem propósito
Aflitos e cinzas, solitários no disco
Tocando sempre o mesmo som,
Na brancura infinita de um papel
Sequências intermináveis de um tom
Pontos de uma existência vã
Cinza, grafite
Quantos circundam emitindo a mesma nota ?
Sonho,
que um pequeno ponto desgarrou em linda letra de forma
Formou-se
E depois do "A", veio "B" e a palavra
A frase, e o sentido
Música!
A folha de papel nunca mais foi a mesma
Pois agora, se existem esferas incontáveis de um tom,
Também há pontos capazes de realizar sinfônias
Escritas, tocadas, sentidas...
Um ponto cinza no círculo é promessa latente
Escolha entre estar e ser
Se o grafite transmuda em ponto e o ponto em frases,
Quanto tempo tornar-se-á uma frase diamante?
Como o próprio grafite o faz nas profundezas da terra...
Converte-se
Sonho, o lindo sonho do dia em que desgarrei-me eu
Formei
Na profundeza d´alma
Letras surgiram em palavras, em frases, em musica, em sentido
Diamante, se for, se serei eu ...
Quero ser solitário no anel
No dedo anelar estar,
Assumindo compromisso eterno
Na mão do amor
Brilhando, como deve o ser...
Texto: Maurício de Carvalho
Imagem: Google Images
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