Onde limite é a virgula e não o ponto.


Reencontros

19/12/2013 07:27

 

Tantas são as lembranças das nossas andanças

Daquele breve momento em que fomos crianças

Quando guardávamos nossos anjos na cabeceira

Dias de todos os Santos na Serra da Cantareira

Aqueles ermos tempos que não existem mais

 

Aí! Que me Lembro...

Que contigo ao cume, subi montanhas colossais

E aventurei-me ao sopé de profundezas abissais

Época em que percorremos milhas em nós

Descobrindo um mundo novo

 

Desbravado em sorrisos que desatamos “Nós”

Formando elos invisíveis

Ligações iônicas das covalentes almas...

Atando momentos em meses, em anos

Costurando “Nós”...

 

Tenho saudades do que eu era, quando estivemos...

Espelhos refletidos em semelhanças

Nas tênues diferenças que nos aprendemos

Lembras de mim?

Dos descaminhos adolescentes em que nos cruzamos, nos paramos?

 

Quando amanhecemos a amizade?

E o que aconteceu para que depuséssemos aquele Sol?

Eu lembro bem de ti, e como...

Ah! Meus segredos do cofre compartilhados

Foram confidências que te deleguei a chave

 

Mas se pudesse... Juro!

Mataria esta caduca lembrança em um só abraço...

Um de chegada... não de partida...

Um desses bem amaçados...

Só para relembrar depois o novo, até amarrotarmos de novo

 

As jovens vezes que encontramos, pareceram segundos...

Eternos que me foram... e se foram...

E esta fraternidade deixou-me o vazio da saudade...

Como bem disse Renato:

"De tudo que eu ainda não vi"

 

Será a meia idade? Sei lá... Agora estou cá... Para lá dos 40

E tive nesta semana grata, uma surpresa...

Destas de estrada, quando dobramos a quina dos olhos na esquina da vida

Virei vi e soltei um grito! Um viva!

Pois recebi uma miragem, e ela é tua...

 

Uma mensagem que retorna, que vem a tona...

Veio-me então vespertina imagem,

Ainda há tempo até o anoitecer...

E foi numa encruzilhada rua que te esperei

E tu aspirou e acenou quando me viu

 

E o abraço decano que ansiávamos morreu ali...

No princípio, parecia vir de longe, chegar de longa viajem

Mas chegou... aconchegando...

Padeceu ali o intervalo passado, que não passamos...

Naqueles braços cruzados em forma de infinito,

 

Com corações uníssonos ao centro,

Que nos apertamos... sufocamos a despedida...

Naquela batida cadência,

A nossa reincidência

No Pulsar de uma nova estrela a se formar,

 

Consegui lembrar tudo que estava por vir

Pois te revi como ontem, como velho companheiro, espelho

Que pode não ser mais o mesmo, mas trás consigo o melhor de mim

E posso ver-me novamente por olhos que adoro

Assim como Adoro ver-te novamente pelos meus

 

Nossa! Como brilham ambos, quando iluminamo-nos!

Tu nem sabes a falta que me fez esta tua companhia...

E da alegria que tenho de quem sou contigo

E que não sabia, havia me esquecido

Ser teu, meu Amigo...

 

Maurício Carvalho Gervazoni

Mais de mim:www.sem-fronteiras.net

 

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