Onde limite é a virgula e não o ponto.
Raiz de Argila
07/02/2014 07:14
Quando falo das flores e amores todos gostam
Pois o sabor dos frutos da copa tolos amam...
Das aves preces que posam nos galhos
Da esperança contida nas folhas dos verdes olhos
Ando voando outros Ares, altos demais
Rogando acima do céu, bem abaixo da terra
Imaginando o passado que me espera
Sonhando com mil arvais...
É disto que gosto versar
Da raiz que eu não entendo
Sob o solo escuro que não compreendo
Uma disforme coifa de árvore a formar...
Ninguém necessita... ademais à saber...
Donde vem o pó das ideias ancestrais
Aonde voltamos a viver e morrer...
Em qual argila moldamos os verbos
Desta raiz que é o caule da questão
Que algum poeta semeou profundo na escuridão
E que desinteressa ao cantor que se acomoda
Ah! Este que declame então só cantiga de roda
Pois que a última moda é sorrir
Mas o meu querer é semear
E chafurdar é o que o povo ama
Mas minha vontade é esculpir a lama
A árvore tem raízes profundas
Mudas e surdas.. jamais cegas
Pois que minha luz caminha lá
Iluminando as artérias que crescem lá
Nutrindo-me de ar, o mar de sangue
A Terra, a seiva do negro mangue
Onde a alma que me leva até... Eleva!
E o desassossego um dia, encontrará a paz...Ela!
Mauricio de Carvalho Gervazoni
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