Onde limite é a virgula e não o ponto.


Meu Caminho É Afeto

11/05/2014 08:41

 

Meu Caminho É Afeto 

Seguia pisando firme em linha reta 
Estava resoluto à onde ir
Sabia a dor necessária para aonde chegar...
Homem forte este que ladrilhava o caminho 

Um prático que não era errático 
Professando através da fria inteligência 
Construindo os sinais da própria sina...
Da sorte se apropriando ao escolher a retidão 

"Não havia esquinas em suas nuas ruas..."

Estava ele assim,
Um estranho habitante que me caminhava
Sempre a frente no destino 
Projetando o corpo na linha do horizonte 
Me levava ao crepúsculo todas as manhãs 

Sem alvorecer a alma,
Conformava os dias nas semanas...
Então, anos me passaram 
Trespassaram-me a espada do tempo 
Fenecendo cada momento 


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Como pode ele ter tanta certeza onde iria? 
Como pude eu ser tão perdido de mim?

Tinha destino certo, até que ele me encontrou enfim...
Então, radiei o início
Do ser nascido daquilo que estava 
Eu sou finalmente...
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Segui andanças planando em curva angulosa
Sem saber aonde ir...
Existe onde necessário para que saiba?
Sou homem que ladra seu rumo, perseguindo seu carinho

Um errático nada prático...
Meu afeto aquece o fígado que profecia 
São sinais da própria construção minha usina
Aproprio-me de mim, ao escolher a sorte na curva 

Nas esquinas das ruas a alma nua inunda 

Sou eu assim,
Sem Hábitos... habito a mim...
Sempre de encontro ao desatino
Almejando ao espírito um belo horizonte 
Que me traga o alvorecer em cada crepúsculo 

E o sol do raiar é glorioso
É breve momento... 
Único a cada dia...
Terno... Efêmero... Eterno... 

Como minha alma trespassando o infinito 
Projetando no espelho, finita imagem do ontem; amanhã...
São manhãs que nasço o dia
Mais uma vez... de todos e quaisquer caminhos...

 

Texto: Maurício de Carvalho Gervazoni

Imagem: Google Images
Leia mais: https://www.sem-fronteiras.net/news/de-cor-a-dor/

 

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