Onde limite é a virgula e não o ponto.
Havia Dor
15/03/2014 18:11Tem um avião avoando dentro de mim... Ah! tem sim...
Vai ele... Flutua ele... semeando anjos em meu jardim...
Não sei quando partiu... nem se voltará a chegar...
Não importa... adoro quando me baila à qualquer lugar...
Elevando-me às nuvens, rasante às palavras
De encontro ao infinito das infinitas quadras
Anoiteço as trevas tremuras nas trovas
Entardecendo manhãs de dor nas páginas
Sou Ás pilotando e só voo em parábolas
Caçoo das retas e suas trajetórias certas
Pairando em zigue-zague vou fruindo as vias
Em asas que são oferendas de utopias traquinas...
Voa em mim Aeroplano... Eleva-me ao amor!
Antes de fechar o tempo causador
Do relâmpago atemporal destruidor
Que remete a tua oferta ao chão da vida
Deixando-me a uma pobre rotina perdida...
Começaram a chover os pingos dos “is”
Que borraram os versos fantásticos...
E enxurrando as letras dos sonhos
Lidarei só com números Quatorze-bis...
E na casa sem asas...
Serão incontáveis os dias sem voar
Grelhado em um escritório sem ar
Acondicionado a um mundo avoador
Preso no tráfego...mais um andador...
E realizo que o desvairo é este...
Quando sem a rosa-dos-ventos
Não alcançamos o arco-celeste
E sem arar a terra adoecemos...
Sem Planador
Sem Poesia...
Sem Aviador
Só havia dor...
Maurício de Carvalho Gervazoni
Imagem: Google Images
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