Onde limite é a virgula e não o ponto.
De Cor A Dor
01/05/2014 07:37De cor a dor
A tua nua casa decorei
Declamei pelas paredes
De cor e salteado eu pintei...
Matizando tuas efemérides
Uni versos coloridos
Nos mil tons que derramei...
Não houve sequer, um ambiente sem tinta
Percorri arco-íris pelos aposentos
Ressinto que não tenha visto
O que tanto dediquei a teu recinto
Pois que cerraste a janela, o que sinto muito...
Foi investido no olhar interior que teu lar vesti!
Pena... A vivenda habitada pichada!
Manchaste cada pincelada que foi doada...
Tingiste o nome próprio em breu
Denegrindo a arquitetura do que um dia foi teu...fui teu...
Apagaste com carvão toda cor
Atingindo em meu coração o décor
E a coração fugiu assim...em ti... de mim...
Na escuridão então risquei o pavio do rancor...
Inflamei a sombra hulha, chamei os sentidos...
Todos aqueles que me foram sonegados...
Chorei flâmulas despedidas pela tua alma murada...
Incendiei a tua decorada morada multicor...
A dor d'eu... Ascendeu...
E me ardeu...
Acordei... A cor dei...
E desbotei...
De ti em mim... à cor dada...
Sei mais de interiores
Do que tu imaginas, atinas?
Moraste melhor aqui
Do que jamais morarás aí...
Texto: Maurício de Carvalho Gervazoni
Mais de Mim: https://www.sem-fronteiras.net/news/cova-rasa/
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