Onde limite é a virgula e não o ponto.
Vida Animal
04/01/2014 16:57
Sentado nos olhos, assisto a um programa de Tv sobre o tempo de vida dos animais:
- Uma carpa sobrevive até 200 anos...
- A Borboleta vive cerca de duas semanas...
Rompante o pensamento que me derruba os olhos do sofá e me esbugalha a mente...
Qual sábio poderia mensurar a expectativa de vida de um homem?
Se alguns tem tanto tempo e tão pouca vida...
E outros com tão pouco, dão à vida tanto...
Devaneio que...
Deveria ser medir em esperança...
Não aquela espera muda por um dia de Sol
Por que seria estar a mercê das intempéries
Mas a cantada em sonhos e realizada em versos
Como a criança que brinca imaginando...
Ou o Rouxinol que assovia o final da tarde
Dando realidade ao sonho,
Ambos costuram o tempo com fios de encanto
Deveria ser medir em urgência...
Contada em segundos, minutos, jamais em anos
Pois anos não consolidam memórias...
Mas alguns minutos, em segundos, tornam-se eternas lembranças...
É o tempo tatuado na alma por prazo indeterminado
No beijo dado, no filho nascido, no coração amado abatido...
Momentos emoldurados em pinturas com sons e aromas
Deveria ser medir o novo...
Fazer diferente o de sempre, concebendo nova mente...
Naquele dado olhar à amante de longa data
Vislumbrando senil amor com olhos de enamorado...
Ou bravamente experimentar algo que nunca fizemos
Desbravando o mundo, abrimos portas celestiais...
Não sei... é só uma expectativa de vida...
Os animais são mais interessantes, mais vivos, mesmo na TV
Continuo então rodando o programa
Sentado nos olhos (agora úmidos) estou a sua espera...
Maurício Carvalho Gervazoni
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