Onde limite é a virgula e não o ponto.
Corrente de Ouro
03/04/2015 06:40Corrente de Ouro
moça encoleirada
pela vitrine abduzida
cadê esse brilho que não alcança?
menina, atente!
as ruas estão à encaminhar-te
aos vãos
distante à todo tipo de arte
prendem-te!
os saltos agulhas que te calçam
calam-te
em passos furtivos
cativos
espetam o calo
um tino desconfortável
esse destino fútil
à gargantilha que te escolheu
te encolheu
aperta pescoço afilado
afiado
corta voz do perfume
à lamina diamante
cega tua beleza
esvai riqueza
fatia dor de garganta
dia a dia
à cintilação inflamada
é retida na linfa
luzes nos cabelos
brilho das jóias
fulgor das roupas
alma na bolsa
falta à estatura ascender
- enquanto acender pira vida afora
tanto quanto apagará pira vida adentro -
enquanto apaga
paga
moça, irá pirar
comprará mais e mais
cada vez mais
luz
e nenhum neon bastará
jamais trará clareza
esse ardor áureo do consumo
consumirá dentro de ti à carne de Sol
Texto: Maurício de Carvalho Gervazoni
Imagem: Google Images
Mais: https://www.sem-fronteiras.net/news/p-ngo-d-l-tras-/
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